Dançando um xote



Ai ai neguinha
Esse teu cheiro de flor
Me arrepia a espinha
E me enche de prazer.

No embalo do forró
Encontrei o meu amor
E eu que era tão só
Agora tenho a você.

Dois pra lá, dois pra cá
Como no interior pulsou.
Coladinho, bem devagar
Tudo pode acontecer.
(Pedro Vlan)


Ela é baiana




Ela é baiana
Percebe-se pelo andar
Simpática, uma morena bacana
Difícil não se encantar.

Porque ela é baiana
E tem um charme natural
Que vem do axé, do acarajé,
Da maré, do carnaval.

Essa é a baiana
De balanços e encantos mil
Sua ousadia se exclama
Ao requebrar o quadril.

Com um sorriso sacana
E uma beleza sem igual
Ela é baiana,
Ela é sensacional.
(Pedro Vlan)

Com fé levando...




O sofrimento
Que o povo sente
É o reflexo do dia-a-dia.

O acolhimento
Estará presente
Nas vagas horas de alegria.

Vem a lembrança
E a esperança
De um melhor viver.

Vai trabalhando
Com fé, levando
Até quando morrer.
(Pedro Vlan)

Pensamentos


Perdido!
Estou aqui
Nó na garganta 
Sem palavras
Apenas
Meu eu lírico
E eu 
Num eterno conflito
Tentando encontrar
O melhor jeito,
Se permitir.
(Pedro Vlan)

Minha oração




Disparo palavras ao vento
Metralhando o sentimento guardado.  
Minha munição é meu tempo,
Meu futuro, meu passado.

Me afogo em pensamentos
Num rio de enigmas impuros
E me pego em contratempo
Misturando passado e futuro.

Nesse contratempo insistente
Ouço a voz do coração,
Vou vivendo o presente
Essa é minha oração.
(Pedro Vlan)

Papo sobre a vida


Poesia em conjunto com meu amigo e poeta Maurício Bitencourt (@mvfbit).
Blog do Maurício Bitencourt: http://depressaoavulsa.blogspot.com

Pedro Vlan:
Vou chamar um amigo poeta
Pra bater um papo sobre a vida
De forma sincera, aberta
E acima de tudo, extrovertida.

Maurício Bitencourt:
Estou aqui, amigo.
Vamos conversar.
Cheguei correndo, admito.
Mas vai valer a pena, enquanto contigo eu puder conversar.

Pedro Vlan:
Qual a sua visão
Da vida do brasileiro?
Enquanto alguns vivem na diversão
Outros morrem na miséria, mendigando dinheiro.
Num país de riquezas em montão
E contrastes corriqueiros.

Maurício Bitencourt:
Minha visão é simples, talvez imatura, de pouco valor.
Brasileiro, meu amigo, é um povo sofredor.
Trabalha a semana toda, debaixo de chuva ou calor.
Pra ter a dignidade que com suor conquistou.
Fila no hospital, no banco e na escola.
Pra mãe que não pode educar o filho e vê o mesmo cheirando cola.
Enquanto filho de pai rico tem do bom e do melhor,
A mulher trabalhadeira vê os filhos vendendo pó.
Sabendo que um dia todos eles vão crescer, vão se marginalizar e, o pior de tudo...
Não há nada que possamos fazer.

Pedro Vlan:
Tenho o meu parecer e gostaria de acrescentar.
Tudo que você acabou de dizer, é a verdade que o governo tenta mascarar.
O que não pode acontecer, é o brasileiro aceitar e se calar.
Temos que mostrar a quem está no poder, que assim não pode ficar.
Se queremos um país melhor, temos que dos políticos reivindicar.
Condições básicas de saúde, segurança e educação.
E que não falte na mesa o leite, o pão, o arroz, o feijão.
O dinheiro do imposto é da população, chega de comprar carrão, mansão...
Vamos todos gritar em uma só voz: Chega de corrupção!.
O Brasil é de todos nós, respeitem a nossa nação.

Maurício Bitencourt:
Mas, amigo, temos que pensar, que o mal não é só governar.
Se hoje temos bandido para nos representar, é porque neles não hesitamos em votar.
Se soubéssemos o valor do nosso voto, iríamos melhor avaliar.
Não estamos lá para brincadeira, vamos escolher.
O representante do nosso povo, que vai falar por ele, por mim e por você.
Enquanto acharmos que voto é chato e desnecessário, viveremos nesse dilema.
Em um país onde quase sempre os governantes só sabem nos dar problemas.
Encerro aqui o meu comentário sobre essa questão.
Vou ali ver os pais de família trabalharem para tentar comprar o pão,
que sua família vai comer depois de fazer a oração.
Acrescento, meu amigo, que essa é nossa verdade.
Mas podemos mudar pra melhor.
Essa nossa realidade.

Pedro Vlan e Mauricio Bitencourt:
Muito bom poder conversar com você
E fazer a nossa crítica, do nosso jeito.
Utilizando de poesia pra escrever
O que já não cabe mais no peito.

Te vi no carnaval




Na primeira vez que eu te vi
Você estava distante
Alegria no semblante
E sem querer te perdi.

Na segunda vez que eu te vi
Você estava pulando
Atrás do trio e cantando.
Tentei aproximar, não consegui.

Na terceira vez que eu te vi
Eu estava apressado
Indo pro banheiro, apertado
Maldito de um xixi.

Na quarta vez que eu te vi
É que foi diferente
Você me olhou sorridente
E seu sorriso, correspondi.

Me aproximei de você
Totalmente encantado,
Coração disparado
Sem saber como fazer.

Marcando bobeira
Consumido pelo desejo,
Faço uma brincadeira
E ganho seu beijo.
(Pedro Vlan)

Se eu fosse...





Se eu fosse o vento,
Refrescaria sua memória.
Pra lembrar daquele tempo
Recordar a nossa história.

Se eu fosse o frio,
Iria para debaixo do seu cobertor.
Te Fazer sentir o vazio
Desejar de volta o meu calor.

Se eu fosse o calor,
Te faria transpirar
E lembrar das noites de amor
Nossos corpos suados a gozar.
(Pedro Vlan)

Bailar(ina)





Um sorriso de menina
E um corpo de mulher,
Dança como bailarina
Faz aquilo que bem quer.

Vai girando em seu vestido
Esbanjando alegria
Sem rumo, sem sentido
Livre como a poesia.

E Como um lápis no papel
Os pés dançam no chão
Flutuando, está no céu
Tem o mundo em suas mãos.
(Pedro Vlan)

Labirinto da (in)sanidade




Na loucura do meu ser
Busco encontrar você.
Porque estar apaixonado
E querer estar ao seu lado,
Será uma insensatez?
Quero de volta minha lucidez.

Nesse labirinto de (in)sanidade
Me pego em contradição:
"Qual será a verdade
Que diz o meu coração?
Será amor, efemeridade
Ou apenas solidão?"
(Pedro Vlan)

Lá vem o sol...




Após a tempestade
O céu vai se abrindo,
O sol com toda sua majestade
Logo aparece reluzindo.
E a alegria me invade,
Já começo o dia sorrindo.
(Pedro Vlan)

Insegurança





Vivemos uma era de insegurança
Em que somos obrigados a conviver
Com toda essa mudança,
Sem deixar perecer
No peito a esperança.

Temos essa capacidade
De sofrer almejando a perfeição,
Sem deixar que a crueldade
Vire uma desilusão,
Buscamos a verdade
Dentro do nosso coração.

A vida é bonita
Mesmo com tantos defeitos,
Pois de uma forma esquisita
Pra tudo dá-se um jeito.
É curando as feridas
Que se cria um bom sujeito!
(Pedro Vlan)

Eu era feliz e não sabia...




Brincadeiras de criança
Ainda guardo na lembrança,
Pois tenho a esperança
De reviver um dia
Aqueles momentos de euforia.
Onde tudo que eu mais queria
Era brincar alí no chão,
Sujando a minha mão
Ao rodar o meu pião.

E aí de repente
Não sou mais inocente,
Percebo que infelizmente
Aquele tempo passou,
Muita coisa mudou
E aquele menino desabrochou.
Agora só me resta a saudade
De quando eu tinha habilidade,
E a minha felicidade
Dependia de quase nada.

Com a cabeça embaraçada
Me pego num conto de fadas,
Almejando de volta a inocência
Que foi perdida por demência
E alimentada pela ânsia
De ser adulto um dia.
E agora minha nostalgia
É coisa de momento,
Aprendi que a alegria
É como o vento.
Chega e contagia,
Mas muda com o tempo.
(Pedro Vlan)

Reminiscências



A lua reflete no mar
Sua bela e majestosa cor,
E com isso, me faz suspirar
Ao lembrar daquela noite de amor.

Perdido no mistério da noite
E admirando a magia da lua,
Certas lembranças viram açoite
Quando sinto a falta tua.

E a brisa que agora toca minha pele,
Prenuncia que dias melhores virão.
Pois a mesma ausência que tanto me fere,
É a esperança que aquece meu coração!
(Pedro Vlan)